Setor de Energia Solar Bate Recorde de Investimentos no Brasil

Setor de Energia Solar Bate Recorde de Investimentos no Brasil

O setor de energia solar no Brasil vive um momento transformador. Com recordes históricos em 2024 e perspectivas ambiciosas para 2025, essa fonte renovável consolida seu protagonismo na matriz energética nacional e se projeta como vetor de desenvolvimento sustentável.

Investimentos Históricos

Em 2024, os aportes em energia solar totalizaram impressionantes R$ 54,9 bilhões, um avanço de 30% em comparação a 2023. Projeções indicam que esse montante pode alcançar até R$ 60 bilhões, impulsionado pelo interesse de grandes fundos internacionais e empresas nacionais.

Esse crescimento decorre de uma sinergia entre inovação e sustentabilidade, que atrai cada vez mais investidores em busca de retornos financeiros e impacto positivo. Para entender melhor esse movimento, observamos:

  • Expansão do crédito verde em instituições financeiras;
  • Programas de incentivo fiscal em diversos estados;
  • Aumento da demanda por energia limpa nas indústrias.

Diante desse cenário, pequenas e médias empresas também podem aproveitar linhas de financiamento específicas e parcerias técnicas para implementar projetos solares em seus empreendimentos.

Dados de Capacidade e Expansão

O salto de capacidade instalada foi expressivo: 14,3 GW adicionados em 2024, superando a previsão inicial de 9,3 GW. O total acumulado atingiu 52,2 GW ao final do ano — um marco que posiciona a energia solar como segunda maior fonte do país, com 21,3% da matriz elétrica.

Para contextualizar esses números, veja a seguir um resumo dos principais indicadores:

Esses dados refletem um avanço consistente na diversificação energética, com forte presença tanto na geração distribuída quanto na centralizada.

Geração Distribuída vs. Centralizada

A geração distribuída (GD) foi responsável pela maior parte do crescimento, com 8,7 GW de novos sistemas, especialmente em telhados residenciais, comércios e propriedades rurais. Já a geração centralizada (GC) somou 5,7 GW, fruto de grandes usinas para fornecimento a redes de consumo industrial.

Enquanto a GD visa redução de custos na conta de luz para o consumidor final, a GC foca em contratos de longo prazo e leilões, garantindo segurança energética para grandes polos industriais. Essa complementaridade fortalece o setor:

  • GD: autonomia e economia para pequenas instalações;
  • GC: escala e robustez para demandas elevadas;
  • Integração via rede inteligente e sistemas de armazenamento.

Empregos e Impactos Sociais

O setor solar gerou mais de 429 mil empregos em 2024, elevando o total acumulado desde 2012 para 1,5 milhão de vagas. Para 2025, a previsão é de mais 396,5 mil novos postos de trabalho.

Além da geração de oportunidades, o crescimento traz impacto socioeconômico expressivo, com:

  • Qualificação técnica de mão de obra especializada;
  • Desenvolvimento de cadeias produtivas regionais;
  • Aumento de arrecadação fiscal em mais de R$ 13 bilhões.

Destaques em Fusões e Aquisições

O dinamismo do mercado de M&A aumentou 25% no primeiro trimestre de 2025, sinalizando consolidação de players e maior competitividade. Essa movimentação facilita:

• Acesso a tecnologias avançadas
• Ampliação de portfólios de projetos
• Fortalecimento de sinergias operacionais

Empreendedores e investidores devem ficar atentos a oportunidades de parceria, due diligence e fusões estratégicas para maximizar ganhos e reduzir riscos.

Recordes Operacionais

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou que a geração solar média diária bateu 12.576 MW em 2025, outro marco histórico. Com mais de 3,1 milhões de sistemas conectados, a energia solar já atende a 4,6 milhões de unidades consumidoras.

Esse desempenho ilustra resiliência diante de desafios climáticos e confirma a capacidade de integração da fonte fotovoltaica ao SIN.

Desafios e Perspectivas

Apesar dos bons resultados, o setor enfrenta obstáculos, como o curtailment — restrições pontuais de produção em horários de pico — e o aumento das tarifas de importação de painéis.

Para superar tais barreiras, empresas e reguladores devem considerar:

  • Investimento em sistemas de armazenamento de energia;
  • Fomento à produção nacional de componentes;
  • Revisão de políticas tarifárias e incentivos.

Com essas medidas, será possível manter a trajetória de crescimento sustentável e reduzir impactos de curto prazo.

Ambiente Político e Incentivos

O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e demais políticas públicas seguem pautando a expansão das fontes renováveis. Estudos do setor elétrico sugerem que 80% da nova capacidade planejada venha de energias limpas.

Além dos incentivos federais, estados e municípios oferecem:

  • Redução de alíquotas de ICMS sobre energia solar;
  • Programas de microcrédito para sistemas residenciais;
  • Leilões específicos para comunidades isoladas.

Conclusão

O recorde de investimentos em 2024 reafirma o papel estratégico da energia solar no Brasil. Com uma matriz cada vez mais diversificada, ganhos socioeconômicos expressivos e desafios bem mapeados, o setor está preparado para avançar.

Empresas, investidores e consumidores finais têm à disposição um leque de oportunidades para participar dessa revolução energética. A adoção de práticas sustentáveis, parcerias inovadoras e políticas públicas robustas serão fundamentais para sustentar o ritmo de crescimento e consolidar o Brasil como referência global em energia solar.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fábio Henrique, 32 anos, escreve para o gameslive.com.br com foco em descomplicar o universo dos cartões de crédito, crédito pessoal e gestão financeira.